20060704

 




devido a uma falha de comunicação intermitente em seus neurônios, ele se esquecia das coisas. isso não afetava sua inteligência mas lhe causava alguns transtornos constantes. um e-mail importante que não era enviado, uma reunião que lhe sumia da memória, um prazo que chegava rápido demais sem que o trabalho houvesse sido feito.
mas ele descobriu uma forma de lidar com o problema: andava com um caderno, agendava alarmes em seu celular, anotava recados para si mesmo no ante-braço.
uma visita em sua casa revelava seus compromissos para qualquer um: post-its espalhados por toda a casa, no computador, na porta da geladeira, dentro da geladeira.
vivia em um mundo povoado pelos fatos de sua memória expandida.

não somos todos um pouco assim? dependentes de agendas, orkuts, etc para lembrar de tudo o que não queremos esquecer? cada vez mais dependentes da tecnologia para lembrar das coisas, com um gúgol sempre ao alcance?




esse personagem não foi tirado do filme 'memento' e nem de algum livro do oliver sacks, essa pessoa existe mesmo e quem me contou essa história foi uma amiga minha que conhece ele.

vale uma reflexão.



ps, ter um blog e assumir consigo mesmo o compromisso de postar todo dia é um pouco como um reality show voluntário.
como vocês podem perceber, ando meio devagar.

:)






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Comentários:
... realmente não pensei que fosse um personagem ... eu me sinto assim muitas vezes ...
as vezes chego a pensar que é um efeito colateral do excesso de tecnologia, afinal alguém me diz algo que penso a respeito ... os neurônios serão substituídos pela tecnologia ???
e nós seremos substituídos por quê?? as vezes me pego pensando nisto ...
 
prefiro nem pensar nisso, mas do jeito que a coisa anda talvez o ser-humano dê um jeito de deixar a Terra livre para a Natureza tentar de novo...
 
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