20070121

 


O Labirinto do Fauno

A Idade Média foi uma época violenta da História da humanidade. Época de senhores feudais em guerras constantes, época de Reis lutando rumo a uma futura e remota unificação nacional. O povo ia para as praças assistir enforcamentos e decapitações de criminosos. Crianças, velhos e adultos divertiam-se assim.
A infância, essa 'época da inocência' como nós a vemos, ainda não havia sido inventada pela intimidade burguesa. E vieram dos costumes medievais a maioria dos contos de fadas que conhecemos. Misturando crenças pagãs (elfos, fadas, seres mágicos dos bosques) com costumes feudais (Reis, Rainhas, príncipes e princesas) e uma ou outra pitada de cristianismo, esses contos traziam em sua origem toda esta violência embutida. O lobo que devora a avó, um príncipe que deve enfrentar dragões sanguinários e depois cortar a cabeça de sua amada enfeitiçada para que ela renasça. Esses detalhes violentos foram posteriormente atenuados em uma depuração mais compatível com a sociedade burguesa iluminista que sucedeu à noite medieval, e finalmente cristalizou esses mitos em livros que chegaram até nós.

Pois bem. O filme "O Labirinto do Fauno", traz de volta todo este encantamento das histórias de fadas primitivas e também toda a sua violência original.

Em uma mescla bem sucedida de um passado recente(a luta dos anarquistas já derrotados na Espanha de Franco) com os mais numinosos arquétipos medievais este filme de Guilhermo del Toro é impecável em sua beleza e mágica ao invocar suas fantasias míticas fundamentadas no universo atemporal dos contos de fadas.

Mas o filme é extremamente violento. Vá assistir, eu recomendo MUITO, mas não leve os seus filhos!


para ler uma outra impressão sobre este filme, siga-me

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