Escritxos

atenção!
o post abaixo fala sobre sexo
favor tirar as crianças da frente do computador!











muito obrigado pela atenção, sinto-me na obrigação moral de avisar porque esse blog não costuma tratar de sexo (por uma mera opção estética, nunca moralista)
só que este assunto, e este livro, eu me interessei em divulgar por aqui










novamente, obrigado, se você continua lendo vou considerar que esteja ciente, e que você seja maior de idade

:)












Sexo Anal: Uma Novela Marrom
de Luiz Biajoni

Há no imaginário masculino, de modo geral, esta tara, este fetiche pelo sexo "por trás". Sexo anal não é visto como algo normal ou natural, e talvez por isso mesmo mantenha seu lugar no topo (ou na base, hehe) dos fetiches masculinos.
Este livro de Luiz Biajoni, disponível para download gratuito no link acima, é uma novela ágil, uma história com ritmo cinematográfico, um livro muito bem escrito cuja leitura flui fácil.
Mas é, sobretudo, uma história de traição. Uma história de muitas traições encadeadas.
A primeira delas é a da protagonista que subverte a concepção geral e é uma adepta e entusiasta desta prática sexual. (O que não é nenhum absurdo, diga-se de passagem. Mas voltemos ao livro...) Traindo sua própria anatomia, Virgínia só conseguiu chegar ao orgasmo quando passou a fazer "por trás", com seu namorado, Luiz.
No entanto, apesar de ser verdadeiramente apaixonada por seu namorado, ela acaba traindo ele...com seu médico proctologista!
E esta segunda traição de Virgínia, a primeira em relação ao seu namorado, passa a impulsionar a história e a gerar uma comédia de erros, de mal-entendidos e principalmente de mais e mais traições que Biajoni vai habilmente levando até o redentor e divertido final.
O livro, ao contrário de seu mote principal, não trai o leitor em suas expectativas e entrega exatamente o que promete: uma novela que herda a tradição da imprensa marrom, sensacionalista com muitas pitadas de sexo e violência.

Resolvi discorrer sobre esse livro aqui pois esse fenômeno do "renascimento" on-line da literatura brasileira me interessa bastante.
Com a cultura dos blogs, muita e muita gente que vivia escrevendo e guardando na gaveta e sonhando com uma improvável publicação pôde finalmente expôr suas próprias letras para o mundo, receber imediatas e sinceras impressões de seus leitores, e criar novas comunidades literárias vivas.
Comunidade formadas por pessoas que se conhecem por seus blogs e se encontram pela internet, e passam a conviver até eventualmente também fora dos blogs, unidos pela força e pelo tesão da palavra.

Este livro do Biajoni, por seu conteúdo "transgressor" e polêmico têm provocado na Blogosfera muitos comentários de pessoas que mantém há tempos uma personalidade literária e/ou on-line.
Além disso o autor teve a corajosa iniciativa de disponibilizar seu livro para download gratuito, exatamente como hoje em dia bandas novas e a procura de oportunidades e de ouvintes fazem com a música através dos arquivos mp3.
Ora, a música é de um modo geral um fenômeno público, faz parte de sua natureza ser amplamente divulgada e também ser apreciada em meio as multidões. Divulgar música amplamente pela internet faz sentido.
Mas literatura, não! Ler e escrever é algo que se faz geralmente sozinho, em silêncio. Se um músico têm ciúmes de sua obra e já sente-se ressabiado em disponibilizá-la on-line, mesmo que o faça, imagine um escritor! Alguém que cria sozinho para outras pessoas que apreciarão igualmente em silêncio. Um escritor que disponibiliza sua obra on-line, alguém que toma essa iniciativa merece respeito e um pouco de atenção.
Por isso creio que esse livro pode ser um fenômeno que impulsione (ainda mais) as editoras a prestarem atenção no que se produz e no que se discute sobre literatura on-line no Brasil.
Este foi o principal motivo que me motivou a discorrer sobre o livro de Biajoni.

Bom proveito.

:)




ps, em tempos de funk carioca com letras toscas, agressivas e sexuais tocando abertamente nas rádios pode parecer um pouco excessivo e moralista o aviso inicial a este post.
mas o blog é meu, a ética é minha e aqui eu faço o que eu quero, tá bem?
hehe



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