20050604

 
To escrevendo meio rapido porque to indo ja ja pegar o trem para ir pra Barcelona, entao desculpaí os erros e o texto meio tosco, é o calor do momento ;)
Depois de assistir a um belo por do sol na baia de Vigo, desci ate o Molhe dos Transatlanticos para pegar um bom lugar e assistir a La Fura Dels Baus. Foi uma boa ideia descer cedo. O espetaculo começava as 23h, cheguei as 21h50. As 22h30 ja nao havia espaço, nao sei calcular quantas pessoas havia, mas chuto que por volta de umas 8 mil, talvez mais. Fiquei bem embaixo de um dos guindastes que haviam, e que faziam parte do espetaculo Naumaquia 2: Peregrinos da Noite, assim mesmo, pois está escrito em galego. É a segunda parte da trilogia que eles realizarao com esse barco, o Naumon. Os personagens principais sao dois bonecos gigantes, o Tamor, que é uma especie de Ulisses, talvez uma mistura de todos os navegadores, todos aqueles que vao em busca da algo, e a Dai, uma mulher gigante. Ambos feitos de fibra de vidro, com todas as partes do corpo articuladas e manipulados por guindastes.
Nao vou tentar fazer um resumo do espetaculo, mesmo porque quando conseguir farei uma ediçao dos cerca de 30 minutos que gravei, pegando as partes chave da peça, e depois jogo on-line.
Mas o que mais distingue esse espetaculo do outro que eu vi, o Suz-O-Suz, é que ele se passa quase todo no ar, por cima do publico. O barco, que fica ancorado todo o tempo ganhou uma tela onde sao projetados os subtitulos das partes, e tambem onde sao projetados ao vivo as ampliacoes dos detalhes invisiveis que se passam la em cima.
Tambem faz parte do espetaculo o musico galego Carlos Nuñez, uma entidade cultural da galicia, que ao final comanda a Banda de Ourense, uma orquestra de cerca de 20 gaita de foles, tambores e flautas, sendo tambem acompanhado por violinos.
Ha muita agua durante todo o espetaculo. Ao inicio, uma locuçao avisa que as pessoas precisam estar preparadas para serem eventualmente molhadas ou tingidas por pigmento lavavel.
Quase ao final, a grande boneca Dai, dá um banho de água no público quando de surpresa se rompe a bolsa da placenta e ela dá à luz um performer que cai sobre o publico, suspenso por cabos de segurança.
No entanto apesar de todo o apuro técnico, e de toda a grandiosidade do espetáculo, senti falta da agressividade e de uma maior proximidade com o publico, o que era uma caracteristica do Suz-O-Suz, e por relatos de ouvi, de outros espetáculos do La Fura.
Realizei uma entrevista com o diretor artistico Carlos Padrissa e entre outras coisas ele enfatizou o caráter de sonho desta peça, discorreu sobre a necessidade de outras realidades na vida cotidiana, e definiu o Naumon, o barco, como um territorio independente, livre. Além disso ele define os espetáculos do La Fura como teatro, fugindo da aparente liberdade que o rótulo performance traria.
Disse que gostaria que levar o Naumon ao Brasil, mas sendo um espetáculo caro por enquanto nao ha planos.
Mais informaçoes sobre o La Fura: http://www.lafura.com

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